Do amor há inumeráveis traduções...
De irmão, que o sofrimento do outro acolhe,
De pai, que o bem p’ro filho sempre escolhe,
De mãe, de imensuráveis doações.
De amigo, de consolo e de atenção,
De Deus, que é infinito, mas real,
Platônico, que é unilateral,
E o próprio, a mais direta tradução.
Do amor a tradução mais limitada
É aquela de expressão que se restringe
A olhar, falar coberto de prudência.
Tal tradução exige paciência,
No entanto, os corações jamais atinge,
Porque neles o amor já fez morada.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
sábado, 13 de dezembro de 2008
Mais Que Todos os Amores
Que os amores do passado, tu és mais bela, certamente.
Sei, por mais que eu tenha amado, mesmo inconseqüentemente,
Não me vi apaixonado como agora estou somente!
Se é no céu escancarado, em que te vejo reluzente,
Que eu me perco emocionado e choro, assim, tão de repente,
Não me importa, estou fadado a amar-te impreterivelmente.
Que os amores do presente, tu és, de fato, mais intensa,
Pois meu peito não pressente em outro alguém tua presença
Inefável, coerente, inesgotável, sem descrença.
Quero, incessantemente, ver-te ao longe, branca, imensa,
Porque, mesmo estando ausente, teu calor a dor compensa
E o meu colo tão carente te abraçar, então, dispensa.
Que os amores do futuro, tu és, de fato, mais concreta.
O meu coração impuro tocas branda, bem discreta,
Faze-me sentir maduro, caminhar em linha reta...
Lua cheia, eu te juro da maneira a mais secreta:
Meu olhar se fez escuro a procurar alguma meta;
Teu amor me fez seguro e me acendeu a luz completa.
Sei, por mais que eu tenha amado, mesmo inconseqüentemente,
Não me vi apaixonado como agora estou somente!
Se é no céu escancarado, em que te vejo reluzente,
Que eu me perco emocionado e choro, assim, tão de repente,
Não me importa, estou fadado a amar-te impreterivelmente.
Que os amores do presente, tu és, de fato, mais intensa,
Pois meu peito não pressente em outro alguém tua presença
Inefável, coerente, inesgotável, sem descrença.
Quero, incessantemente, ver-te ao longe, branca, imensa,
Porque, mesmo estando ausente, teu calor a dor compensa
E o meu colo tão carente te abraçar, então, dispensa.
Que os amores do futuro, tu és, de fato, mais concreta.
O meu coração impuro tocas branda, bem discreta,
Faze-me sentir maduro, caminhar em linha reta...
Lua cheia, eu te juro da maneira a mais secreta:
Meu olhar se fez escuro a procurar alguma meta;
Teu amor me fez seguro e me acendeu a luz completa.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Precisava Te Dizer
Hoje à noite, eu nem estava com vontade de escrever,
Não queria uma cadeira, nem caneta, nem papel,
Mas, voltando o meu olhar à imensidão do escuro céu,
Percebi que precisava alguma coisa te dizer...
Precisava te dizer que estavas lindamente bela!
Tão intensa que fazia com que as nuvens se afastassem,
Com vergonha de encarar-te porque, caso te encontrassem,
Pouca coisa poderiam frente a ti, clara e singela!
Precisava te dizer, mesmo sem rima ou qualquer verso
Que, ao te olhar daqui de baixo, fico louco, até perdido...
É o teu brilho que, talvez, me deixa meio adormecido
Como um sonho em que imagino que és a dona do Universo.
Precisava te dizer que estavas verdadeiramente
Majestosa, flutuante sobre a Terra a qual encantas,
Sobre mim, pobre poeta a quem com tua cor espantas,
Sob o Deus que te criou com perfeição onipotente.
Não queria uma cadeira, nem caneta, nem papel,
Mas, voltando o meu olhar à imensidão do escuro céu,
Percebi que precisava alguma coisa te dizer...
Precisava te dizer que estavas lindamente bela!
Tão intensa que fazia com que as nuvens se afastassem,
Com vergonha de encarar-te porque, caso te encontrassem,
Pouca coisa poderiam frente a ti, clara e singela!
Precisava te dizer, mesmo sem rima ou qualquer verso
Que, ao te olhar daqui de baixo, fico louco, até perdido...
É o teu brilho que, talvez, me deixa meio adormecido
Como um sonho em que imagino que és a dona do Universo.
Precisava te dizer que estavas verdadeiramente
Majestosa, flutuante sobre a Terra a qual encantas,
Sobre mim, pobre poeta a quem com tua cor espantas,
Sob o Deus que te criou com perfeição onipotente.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Conselhos do Medo
Ficar no que é claro, concreto e visível,
Ainda que tanto sofrido tenhamos;
Saibamos, de fato: tudo é imprevisível...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
Cegar nossos olhos ao desconhecido,
Ainda que mui familiar o sintamos.
Vivamos no esforço de um riso fingido...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
Pesar as razões, confundir sentimentos.
Ainda que presos nós permaneçamos,
Possamos pensar por eternos momentos...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
Quais pássaros tolos, do céu temerosos,
Ainda que alçar vôo livre possamos,
Queiramos, no chão, caminhar ansiosos...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
Deixar de sonhar, como faz um poeta
Fugindo da crítica incerta, escolhamos;
Façamos um verso sem rima e sem meta...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
Ser como a mulher, em chorar insistente:
O risco de amar outra vez não corramos;
Sejamos felizes incompletamente...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
Ainda que tanto sofrido tenhamos;
Saibamos, de fato: tudo é imprevisível...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
Cegar nossos olhos ao desconhecido,
Ainda que mui familiar o sintamos.
Vivamos no esforço de um riso fingido...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
Pesar as razões, confundir sentimentos.
Ainda que presos nós permaneçamos,
Possamos pensar por eternos momentos...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
Quais pássaros tolos, do céu temerosos,
Ainda que alçar vôo livre possamos,
Queiramos, no chão, caminhar ansiosos...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
Deixar de sonhar, como faz um poeta
Fugindo da crítica incerta, escolhamos;
Façamos um verso sem rima e sem meta...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
Ser como a mulher, em chorar insistente:
O risco de amar outra vez não corramos;
Sejamos felizes incompletamente...
Conselhos do medo que tão bem guardamos.
domingo, 30 de novembro de 2008
Porque Escrevo
Escrevo porque de nada adianta falar;
De nada adianta pensar e agir destemido,
Achando que é fácil externar o amor escondido,
Achando que é simples dizer ou contar.
Escrevo porque de nada adianta viver,
Chegar e comer e sair, trabalhar e voltar,
Achando que o tempo é capaz de o amor revelar,
Achando que o sol, outra vez, vai nascer.
Escrevo porque de nada adianta fugir;
De nada adianta mentir pra si mesmo, calar-se,
Achando que a noite haverá de cuidar de um disfarce,
Achando que, sempre, o melhor é fingir.
Escrevo porque de nada adianta conter-se,
Chorar, remoer-se, agüentar a tristeza sem dor,
Achando que, um dia, o sofrer se abrirá como flor,
Achando razões para nunca mover-se.
De nada adianta pensar e agir destemido,
Achando que é fácil externar o amor escondido,
Achando que é simples dizer ou contar.
Escrevo porque de nada adianta viver,
Chegar e comer e sair, trabalhar e voltar,
Achando que o tempo é capaz de o amor revelar,
Achando que o sol, outra vez, vai nascer.
Escrevo porque de nada adianta fugir;
De nada adianta mentir pra si mesmo, calar-se,
Achando que a noite haverá de cuidar de um disfarce,
Achando que, sempre, o melhor é fingir.
Escrevo porque de nada adianta conter-se,
Chorar, remoer-se, agüentar a tristeza sem dor,
Achando que, um dia, o sofrer se abrirá como flor,
Achando razões para nunca mover-se.
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